Este rosto marcado pelo tempo,
Com fortes linhas de sofrimento,
Muitas vezes foi cenário de grandes, belas e terríveis histórias.
Esta face que mais se parece um livro,
Relata num primeiro momento a vida,
Exatamente como ela é ou foi para esta mulher,
Forte, de fibra e imbatível na generosidade,
Aquela própria de quem gera vida nova ao seu redor...
Suas alegrias não sabemos ao certo se nascem antes,
Ou se despontam depois da alegria proporcionada a outros,
Mas ela consegue sorrir com lágrimas,
Reconhece o menor gesto de carinho,
E, se desdobra para ser sinal de amor para tantos não amados...
Este mesmo ser de tanta luz e vida,
Muitas vezes esquecido, abandonado,
Silenciosamente não esquece nem abandona,
Cada filho gerado em seu ventre e desejado em seu coração.
Pronta para dar a vida, vê que a sua se consome,
Mas é consciente de que sua missão foi gerar no amor,
Homens e mulheres que a chamariam “mãe” e que,
Orgulhosamente ela chamaria “filho ou filha”,
Sendo para ela como um troféu merecido no momento,
Em que ela correndo riscos infindos,
Abraçou e olhou nos pequenos olhos,
Esta vida indefesa que carregou no ventre,
E, que depois sustentou nos braços,
Mesmo sabendo que não os teria hoje para sustentá-la em seus poucos passos...
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