Com os meus cabelos brancos,
Faço ver a todos a minha verdade,
Permito a todos que me conheçam a mim,
Exatamente como sou e, nada, além disso!
Sou o resultado das belezas de um passado,
De momentos de alegria, e, também de dor.
Sou o fruto de uma paixão transformada em puro amor,
Sou amante da beleza que a vida oferece a cada dia,
Desta vida plena de mistérios e fortemente encantadora na sua simplicidade.
O tempo passou e dele somente as marcas do passado posso apresentar,
O meu rosto, os meus membros ressequidos e desgastados,
Pois meu exterior, hoje, por mais que eu desejasse,
Impossível seria fazer ver a todos como sou por dentro.
Tenho ainda um coração que pulsa,
Que, muitas vezes, salta alegremente como a cria saltitante de uma ovelha,
Exatamente no mesmo compasso de um coração ainda jovem que está enamorado!
Minhas pernas estão fracas e já não conseguem acompanhar meus pensamentos,
Mas faço minhas silenciosas viagens por recantos desconhecidos de todos,
Onde encontro o mesmo prazer de outrora; aquele mesmo da juventude!
Somente fitando-me nos olhos alguém poderá ler minha alma,
Penetrar os meus mistérios mais ocultos e compreender,
Que a vida jamais foi nem será ingrata para quem viveu um grande amor.
Amor tão forte, num coração tão amplamente aberto,
Capaz de abrigar uma vida inteira que jamais se extinguirá,
Porque cada traço no meu rosto uma história contará,
Manifestando a certeza de que somente o presente poder ser testemunha,
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