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domingo, 27 de fevereiro de 2011

SOU MENDIGO...

Sou mendigo...
Vivo nas ruas, não tenho um teto,
Não tenho família, vivo sozinho...
Todos os dias saio a mendigar,
Peço pão, pois tenho fome,
Água para saciar minha sede,
Algum dinheiro, porque preciso...
Estou sempre estendendo a mão,
Pedindo e recebendo respostas,
Tão variadas, que daria um livro...
“Hoje não tenho nada!” Eu também não...
“Estou com pressa!” Isso eu não tenho...
“Vai trabalhar!” Até já tentei...
“Mamãe, olha o homem do saco!”
Quando ouço isso simplesmente rio,
Nada mais, pois é uma criança,
Que, como eu, um dia não queria dormir,
Então, cheia de cuidados advertia-me,
Deste fantasma que hoje me faz rir...
Muitas vezes não tenho outro desejo,
Que não seja o de ter um pouco de atenção.
Como seria bom ser reconhecido como gente,
Nem precisa ser como pessoa, que tem nome,
Sentimentos, angústias e terrível solidão...
Ainda assim, agradeço ao Criador quando uma mão se abre.
Sei que neste momento a mão Dele se abriu para mim...
Sou grato, porque Ele jamais me abandona... Tem sempre uma mão aberta...

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